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Fotografias de Juan Esteves na exposição Campos Elíseos revelam uma outra São Paulo

A mostra traz uma seleção de 40 das fotografias de “Campos Elíseos - história e imagens”, livro do fotógrafo Juan Esteves e de Antonio Carlos Suster Abdalla, responsável pela coordenação editorial.

O Espaço Cultural Porto Seguro apresenta Campos Elíseos, exposição inédita de imagens do fotógrafo Juan Esteves. A mostra reúne um conjunto de 40 fotografias que fazem parte de um projeto de registro da arquitetura paulistana do centro histórico da cidade. Para a empreitada, que já dura dez anos, o fotógrafo tem como parceiro o curador de arte e historiador Antonio Carlos Suster Abdalla. A abertura acontece no dia 17 de março, às 11h. Na ocasião haverá também o lançamento do livro Campos Elíseos - história e imagens e sessão de autógrafos com o curador e com o fotógrafo.

As fotos da exposição são um recorte das 100 imagens que integram o livro Campos Elíseos - história e imagens. Nele, o fotógrafo registra o patrimônio artístico-arquitetônico dos Campos Elíseos, bairro paulistano onde foram construídos centenas de casarões e palacetes que serviram de residência aos fazendeiros da oligarquia cafeeira, no final do século 19. No século 20, a região veria surgirem construções de diferentes vertentes da arquitetura modernista e, em seguida, as metamorfoses heterogêneas características do crescimento desordenado da metrópole.

Que prédio é esse?

Todas as fotografias de Juan Esteves em Campos Elíseos são em preto e branco. Para ele, apertar o botão disparador da câmara e capturar a imagem é só o começo. Depois, o fotógrafo realiza um minucioso tratamento da imagem original e elimina o que chama de “ruídos temporais contemporâneos”. Os “ruídos” a que se refere Esteves são elementos que interferem na visão dos prédios em sua arquitetura original, como fios de luz, modificações nas fachadas, entre outros.

Se para fazer o clique Juan Esteves não precisa de mais do que dez ou quinze minutos, o tratamento de cada uma das imagens leva em média de dez a doze horas. Ele, que tem o retrato como sua principal especialidade, diz tratar os prédios como se fossem pessoas. “Faço dos prédios personagens. ”

Ao olhar a fotografia, é comum o espectador não reconhecer nem mesmo um prédio diante do qual passa todos os dias. Pode perceber então, entre o real e reconstrução feita por Esteves, que é possível ver uma outra São Paulo por trás de tantas e tantas interferências.

“Embora sejam registros de hoje, essas minhas fotos acabam parecendo ser antigas”, afirma Juan Esteves. “Esse é um paradoxo, um paradoxo do olhar. O prédio fica novo e, ao mesmo tempo, muito antigo, como se voltasse às origens. ”

Um dado interessante é que todas as fotos foram feitas do ponto de vista de quem está andando na rua, por quem está no chão. “Sou um walker, um flâneur”, conta o fotógrafo. “Ando compulsivamente pela cidade e meu olhar é constantemente atraído pelos detalhes. Penso que é isso que define esse meu trabalho. ”

Casarões e palacetes

Juan Esteves e Antonio Carlos Suster Abdalla selecionaram para a mostra Campos Elíseos quarenta fotografias entre as 100 que estão no livro Campos Elíseos - história e imagens. Dez das fotos estarão ampliadas no formato 70 cm x 100 cm e as demais 30, no formato 60 cm x 70 cm. Todas estarão impressas em papel museológico de algodão e emolduradas.

Das construções icônicas que a seleção contempla estão, entre outros, o Palacete Victoria e o Palácio dos Campos Elíseos; construções de arquitetos importantes, como o Edifício Albertina, de Cícero Prado e Cecília, de Gregori Warchavchik; e fotos de “arquitetura rara”, como o Edifício Duque de Caxias, construído por Artacho Jurado. O conjunto oferece uma ampla visão da arquitetura paulistana através de seu percurso histórico nos últimos 130 anos.

O fotógrafo

Juan Esteves nasceu em Santos, São Paulo. Iniciou seu trabalho como fotógrafo em 1980. Foi fotógrafo e editor de fotografia do jornal Folha de S. Paulo entre 1986 e 1994. Seus trabalhos estão publicados em revistas, jornais e livros no Brasil e em países como Inglaterra, Espanha, Itália, China, Japão, Portugal, Holanda, Dinamarca, França e Estados Unidos.

Suas fotografias já foram expostas, individual e coletivamente, no MASP-Museu de Arte de São Paulo; MAM-Museu de Arte Moderna de São Paulo; Pinacoteca do Estado de São Paulo; MAC-Museu de Arte Contemporânea de São Paulo; MoMA PS1, em Nova York; Stedelijk Museum, em Sittard; Aschembach Gallery, em Munique; Time & Style Gallery, em Tóquio; e Point Ephémère, em Paris; entre outros.

Possui imagens nas coleções do MASP-Museu de Arte de São Paulo; MAM-RJ-Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; MAM-SP-Museu de Arte Moderna de São Paulo; Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba; MAC-Museu de Arte Contemporânea de São Paulo; Pinacoteca do Estado de São Paulo; IMS-Instituto Moreira Salles; Instituto Itaú Cultural; MAB FAAP-Museu de Arte Brasileira; Bibliotèque Nationale de France, em Paris; e Musée D’Elisée, em Lausanne, entre outros.

Publicou vários livros, entre eles “55 Portraits” (2000), “São Paulo en Mouvement” (2005), “Presença” (2006) e “Capital: São Paulo e seu patrimônio arquitetônico" (2010).

Sobre o Espaço Cultural Porto Seguro

O Espaço Cultural Porto Seguro é uma plataforma para as mais diversas manifestações artísticas e culturais com ênfase no pensamento contemporâneo. Concebido como parte integrante do Complexo Cultural Porto Seguro, composto por espaço cultural, teatro, restaurante e café, a iniciativa atua em diversas vertentes de expressão artística.

A proposta é levar ao público uma experiência completa e inovadora de arte por meio de diversas atividades: exposições, ateliês, cursos, workshops, simpósios, feiras, festivais e tudo o mais que puder ser feito em parceria com agentes do circuito de arte. São desenvolvidas ações educativas vinculadas às temáticas abordadas nas exposições que estão em cartaz.

EXPOSIÇÃO CAMPOS ELÍSEOS

Espaço Cultural Porto Seguro Entrada para a exposição pelo endereço: Alameda Barão de Piracicaba, 740 - Térreo

Telefone: (11) 3226-7361

Abertura: 17 de março, a partir das 11h.

Período expositivo: de 18 de março a 3 de junho.

Funcionamento: às segundas-feiras, das 9 às 19 horas; de terça a domingo, das 9 às 21 horas.

Acessibilidade: o edifício é acessível para pessoas com mobilidade reduzida.

Capacidade: 150 pessoas.

Entrada gratuita.

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